Na indução científica, chega-se à generalização pela análise das partes. Esse tipo de lógica exige observações repetidas de uma experiência ou de um acontecimento. Da observação de muitos exemplos diferentes [ partes ] os cientistas podem tirar uma conclusão geral. Foi assim que procedeu Kardec em relação à Doutrina Espírita, colocando-a confortavelmente entre as demais ciências.
A respeito do caminho das induções - percorrido pela Doutrina Espírita -, Herculano Pires, em seu livro O Espírito e o Tempo, infere que é a partir da observação dos fatos positivos que o Espiritismo chega às realidades extrafísicas. Em A Gênese, diz-nos o Codificador: Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. Fica, assim, a estrutura lógica do Espiritismo caracterizada como de natureza indutiva.
No entanto, o processo dedutivo está igualmente consagrado na Doutrina Espírita, já que o método científico exige que se combinem indução e dedução. São palavras de Kardec: Nunca elaborei teorias preconcebidas; observava cuidadosamente, comparava, deduzia consequências; dos efeitos, procurava remontar às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, sendo quando resolvia todas as dificuldades da questão. As idéias do homem estão na razão do que ele sabe; como todas as descobertas importantes, a da constituição dos mundos [ por exemplo ] deveria imprimir-lhes outro curso; sob a influência desses conhecimentos novos, as crenças se modificaram; o Céu foi deslocado e a região estelar, sendo ilimitada, não mais lhe pode servir. Onde está ele, pois? E ante esta questão emudecem todas as religiões. O Espiritismo vem resolvê-la demonstrando o verdadeiro destino do homem. Tomando-se por base a natureza deste último e os atributos divinos, chega-se a uma conclusão; isto quer dizer que, partindo do conhecido, atinge-se o desconhecido por uma dedução lógica, sem falar das observações diretas que o Espiritismo faculta.
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