As atividades artísticas e culturais do século XIX revelam uma preferência predominantemente romântica. O romantismo influencia as idéias políticas e sociais abraçadas pela burguesia revolucionária da primeira metade do século, associando as manifestações românticas aos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. A inspiração do artista romântico era buscada junto das pessoas simples, numa manifestação antielitista e antiaristocrática. Pesquisava-se a cultura popular e o folclore para a produção de pinturas, esculturas e peças musicais. As obras romântias de carater épico destacam o heroísmo. O ideário artístico estava diretamente relacionado à realidade das lutas políticas e sociais da época: os sacrifícios da população, o sangue derramado nas batalhas e até as dificuldades encontradas nas disputas amorosas.
No que diz respeito à produção literária, sobressai, na Alemanha, o poeta Goethe (1749 - 1832), que, em Fausto - uma de suas mais importantes obras -, enaltece a liberdade individual, tema repetido em seus demais trabalhos.
Na França, destaca-se a figura de Víctor Hugo, que ocupa lugar excepcional na história das letras francesas. Grande parte de sua obra é popular pelas idéias sociais que difunde, e pelos seus sentimentos humanos, nobres e simples que ele canta. No livro Napoleão, o Pequeno, Víctor Hugo critica o governo de Napoleão III. Em Os Miseráveis, denuncia, como ninguém até então fizera, o estado de penúria dos pobres.
As artes plásticas, inspiradas no classicismo grego-romano, tem como exemplos mais importantes o Arco do Triunfo e as colunas existentes em Paris, construídas por ordem de Napoleão Bonaparte. Jacques - Louis David (1746 - 1828) legou à posteridade famoso quadro sobre o assassinato de Jean - Paul Marat, um dos líderes da Revolução Francesa.
O pintor francês Eugène Delacroix (1798 - 1863) - líder do movimento romântico na pintura francesa - retrata no quadro A Liberdade uma mulher que, segurando a bandeira tricolor francesa, guia o povo nas dramáticas jornadas revolucionárias.
No campo das composições musicais ocorre uma reviravolta. O virtuosismo do século anterior é substituído por interpretações musicais de forte colorido emocional. A música para os românticos não era só uma obra de arte, mas um meio de comunicação com o estado de alma. Os grandes compositores românticos captam e executam peças musicais que destacam o momento político. Um dos compositores que demonstra de forma notável essa relação é Richard Wagner (1813 - 1883). A composição musical Lohengrin revela a forte influênia dos socialistas utópicos e dos revolucionários da época. Beethoven (1770 - 1827) homenageia Napoleão Bonaparte em sua Nona Sinfonia. A Rapsódia Húngara, de Liszt (1811 - 1886), e as Polonaises, de Chopin (1810 - 1849), são verdadeiros planfetos de manifestações nacionalistas. O nacionalismo, nas produções das óperas de Rossini (1792 - 1868), Bellini (1801 - 1835) e Verdi (1813 - 1901), transmite um apelo pungente à unificação da Itália. O surgimento dessa forma de ópera determina a passagem da música de câmera para a música dos grandes teatros, onde um grande número de pessoas poderia ter acesso aos espetáculos artísticos.
Ao idealismo romântico contrapõe-se o Realismo, que professa o respeito pelos fatos materiais, e estuda o homem segundo o seu comportamento e em seu meio, à luz das teorias sociais ou fisiológicas. Escritores realistas como Stendhal, Balzac, Flaubert, e naturalistas como Zola, escrevem romances com pretensões científicas. Zola imita o método científico experimental do biólogo Claude Bernard.
Na segunda metade do século XIX, a pintura européia passa por uma verdadeira transformação, desencadeada pelo movimento chamado Impressionismo. Os pintores impressionalistas procuram captar o cotidiano da vida urbana e do campo, buscando registrar nas telas as impressões dos efeitos da luz sobre a cena desejada. Os pintores mais importantes desse movimento foram Édouard Manet (1832 - 1883), Claude Monet (1840 - 1920), Renoir (1841 - 1920), Cézanne (1839 - 1906) e Degas (1834 - 1917).
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