quarta-feira, 8 de julho de 2009

O Livro dos Médiuns

Segunda obra da Codificação, O Livro dos Médiuns, ou Guia dos médiuns e dos evocadores, veio a lume - em janeiro de 1861 - para [...] fazer sequência a O Livro dos Espíritos. Tendo englobado a Introdução Prática sobre as Manifestações Espíritas (*), obra publicada em 1858, O Livro dos Médiuns, muito mais completo, contém, de acordo com a sua folha de rosto, o ensino [...] especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo. As matérias aí estão organizadas em duas partes, constituindo-se a primeira das noções preliminares, em quatro capítulos, enquanto que a segunda enfeixa, em trinta e dois capítulos, as manifestações espíritas.
Terminado o trabalho de construção da coluna central da Codificação Espírita - O Livro dos Espíritos -, era chegado o momento de estudar e expor aos homens os aspectos experimentais implícitos na Doutrina dos Espíritos [...], sobretudo no que diz respeito à prática da mediunidade, o mais importante desses aspectos, por ser o instrumento de comunicação entre os dois mundos. A propósito de que nos diz Pedro Barbosa: A mediunidade [...] é a fonte primordial dos ensinamentos da Doutrina, e suas tarefas constituem, hoje, sem dúvida, importante contribuição dos espíritas, que a elas se dedicam, à consolidação da fé raciocinada e ao retorno, à normalidade, das condições psíquicas alteradas daqueles que, enleados nas tramas da obsessão disfarçada e tenaz, procuram, agoniados, os centros espíritas, ou são a eles encaminhados. A comunicação entre os dois mundos, o corporal, material ou visível e o incorpóreo, imaterial ou invisível, é uma premissa básica do Espiritismo, que seria apenas um espiritualismo irreal e duvidoso, se a negasse ou a repudiasse. Essa comunicação, disciplinada e orientada para as suas verdadeiras finalidades, pode ser conseguida e mantida, desde que apliquemos à técnica de sua realização os ensinamentos de Allan Kardec contidos em O Livro dos Médiuns.
Esses ensinamentos de Kardec são verdadeiramente preciosos, porque vão muito além do ensino da técnica de comunicação com os Espíritos. É que, ao tratar o assunto <>, ele chama a atenção dos que com esta se ocupam, mostrando-lhes que: Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta ciência e feliz nos sentimos de haver podido comprovar que o nosso trabalho, foi com o objetivo de precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que à leitura desta obra devem muitos o terem logrado evitá-los. Natural é, entre os que se ocupam com o Espiritismo, o desejo de poderem pôr-se em comunicação com os Espíritos. Esta obra se destina a lhes achanar o caminho, levando-os a tirar proveito dos nossos longos e laboriosos estudos, porquanto muito falsa idéia formaria aquele que pensasse bastar, para se considerar perito nesta matéria, saber colocar os dedos sobre uma mesa, a fim de fazê-la mover-se, ou segurar um lápis, a fim de escrever. Enganar-se-ia igualmente quem supusesse encontrar nesta obra uma receita universal e infalível para formar médiuns. Se bem cada um traga em si o gérmen das qualidades necessárias para se tornar médium, tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu desenvolvimento depende de causas que a ninguém é dado conseguir se verifiquem à vontade.
Muitos estudiosos do Espiritismo - encarnados ou desencarnados - têm-se manifestado quanto a importância e atualidade desta obra. Eis as impressões de um deles: Mais de cem anos depois de publicado, O Livro dos Médiuns é ainda o roteiro seguro para médiuns e dirigentes de sessões práticas, e os doutrinadores encontram em suas páginas abundantes ensinamentos, preciosos e seguros, que a todos habilitam à nobre tarefa de comunicação com os Espíritos, sem os perigos da improvisação, das crendices e do empirismo rotineiro, fruto do comodismo e da fuga ao estudo.

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(*) Instrução Prática sobre as Manifestações Espíritas - com a exposição completa das condições necessárias para se comunicar com os Espíritos, e os meios de desenvolver a faculdade mediadora com os médiuns. Zêus Wantuil e Francisco Thiesen: Allan Kardec. Cap.I (A Doutrina Espírita ou Espiritismo...), v.III, p.15.
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