Existe uma concordância de princípios nas obras da Codificação Espírita, de forma que, em O Livro dos Espíritos - a primeira obra básica publicada - há um núcleo central e conceitos espíritas que compreende as partes primeira e segunda ( até o capítulo VI ), e que tratam, respectivamente, <<>> e do <<>>. A parte segunda, do capítulo VI ao XI, constitui a fonte de O Livro dos Médiuns. A parte terceira ( <<>> ), origina O Evangelho Segundo o Espiritismo. A parte quarta ( <<>> ) fornece subsídios para o livro O Céu e o Inferno. A Gênese, por sua vez, tem como fonte as partes primeira ( capítulos II, III e IV ), segunda ( capítulos IX, X e XI ) e terceira ( capítulos IV e V ). A Introdução e os Prolegômenos de O Livro dos Espíritos originou a obra O que é o Espiritismo. Esta obra, na verdade, não faz parte do chamado pentateuco Kardequiano. Foi citada para indicar a sua origem.
Essa concordância revela a unidade doutrinária do Espiritismo, conforme registra Deolindo Amorim, em seus Cadernos Doutrinários. Diz este eminente pensador espírita que O Livro dos Espíritos é a coluna central do Espiritismo, não só porque foi a primeira obra a ser publicada, mas porque nele estão inseridos os ensinos básicos da Doutrina. Todos os demais livros da Codificação contêm o desdobramento desses ensinos, constituindo com O Livro dos Espíritos um corpo de doutrina, em que todas as partes se ajustam de forma harmônica e interdependente. Assinala ainda o mencionado autor que, possuindo a Doutrina Espírita três aspectos fundamentais - científico, filosófico e religioso -, não poderiam esses ser estudados ou desenvolvidos de modo unilateral, sob pena de se quebrar a referida unidade doutrinária. Do mesmo modo, seria inconveniente fazer um estudo exclusivo de O Livro dos Espíritos, ou de O Evangelho segundo o Espiritismo, e assim por diante, porque, estando todas as obras da Codificação interligadas, perder-se-ia a visão de conjunto, indispensável à sua compreensão. Ressalta, por fim, que a força da Doutrina Espírita está, justamente, na segurança de sua unidade.
Concluindo com Emmanuel, pode-se dizer que [...] os princípios codificados por Allan Kardec abrem uma nova era para o Espírito humano, compelindo-o à auscultação de si mesmo, no reajuste dos caminhos traçados por Jesus ao verdadeiro progresso da alma, e explicam que o Espiritismo, por isso mesmo, é o disciplinador de nossa liberdade, não apenas para que tenhamos na Terra uma vida social dignificante, mas também para que tenhamos, no campo do espírito, uma vida individual harmoniosa, devidamente ajustada aos impositivos da Vida Universal Perfeita, consoante as normas de Eterna Justiça, elaboradas pelo supremo equilíbrio das Leis de Deus.
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